Sauerktraut Westerns ou Westerns Chucrute era como críticos e jornalistas, pejorativamente, chamavam os faroestes vindos da Alemanha. Na época ainda existiam duas Alemanhas; E esses faroestes eram realizados com produção majoritária da Alemanha Ocidental. A Alemanha Oriental se destacou também no gênero, com os faroestes produzidos pela estatal DECA, mas essa é outra história. O termo spaguetti western, que hoje se usa com tanto carinho para indicar aqueles westerns vindos da Itália, na época também tinha um tom pejorativo imposto por jornalistas e críticos que abominavam o gênero. Na sua maioria feitos na primeira metade dos anos 60, o western alemão buscava mais se alinhar ao padrão americano. O exemplo mais conhecido destes filmes é a série do índio Winnetou, baseada nos livros de Karl May e que fez sucesso no mundo todo. Foi, com certeza, com esses filmes, que Alemanha descobriu seu potencial para esse tipo de produção. As características desses filmes primavam principalmente pela alta qualidade de produção; Todos feitos em cores deslumbrantes, em cinemascope e com ares de superprodução, sempre com centenas de figurantes, câmera aberta para os magníficos cenários ( na sua maioria realizadas em países do leste europeu) e, apesar de um elenco regular, em quase todos esses filmes tinha a presença de um ator vindo de Hollywood. Não é o caso deste O VINGADOR DE ARKANSAS, mas as outras características estão presentes, fazendo deste um legitimo representante dos westerns chucrute, apesar de que, como a maioria destes filmes, tem parceria de outros países na produção. Realizado em 1964, portanto antes de Sergio Leone, mudar totalmente o cenário do western europeu, O VINGADOR DE ARKANSAS busca mostrar a conquista do oeste através de longas caravanas cruzando as planícies, grandes ataques indígenas e a corrida do ouro, todos temas sempre presentes nos faroestes americanos. Infelizmente as versões que chegam até nós vem de downloads na internet e nunca podemos ter certeza da integridade e originalidade do que estamos vendo. Consta a existência de uma versão original com 105 minutos, lançada na Alemanha, mas a mais difundida tem 98 minutos e foi a que chegou ao mercado americano; É também a versão que apareceu disponibilizada para download em alguns sites brasileiros.
Alguns westerns produzidos na primeira metade dos anos 60, que traziam as características dos westerns feitos na Alemanha |
A AGUIA NEGRA DE SANTA FÉ (Die Scwarzen Adler Von Santa Fé/1965)
A VINGANÇA DOS MOICANOS (Der Letzte Mohikaner/1965)
PYRAMID OF THE SUN GOD (Die Pyramide des Sonnengottes/1965) Inédito nos cinemas brasileiros
TREASURE OF AZTECS (Der Schatz der Azteken/1966) Inéditos nos cinemas brasileiros.
SETE HORAS DE FOGO (Die Letzte Kugel traf den Besten/1965)
O VINGADOR DE ARKANSAS
(Die Goldsucher von Arkansas / Alla conquista dell'Arkansas / Les Chercheurs d'or de l'Arkansas / Conquerors of Arkansas / Massacre at Marble City / Sangre en la pradera )
Alemanha/Italia/França, 1964 98 min
Direção: Paul Martin e
Alberto Cardone
Musica: Francesco De Masi (Versão Italiana) / Heinz Gietz
(Versão Alemã)
Com: Brad Harris, Mario Adorf, Horst Frank, Dorothee
Parker, Olga Schoberová, Dieter Borsche, Ralf Wolter, Thomas Alder, Serge
Marquand, Marianne Hoppe, Philippe Lemaire, Joseph Egger, Fulvia Franco,
Anthony Steel, Voyo Goric, Jan Diviš, Jaroslav Rozsíval, Jiří Holý
-Baseado no livro Die Regulatoren von Arkansas” de
Friedrich Gerstäck.
-Filmado na antiga Tchecoslovaquia(hoje a Republica
Tcheca) e na Iugoslávia.
-Na trilha sonora
a canção, “Viel Gold und keine Freunde”
por Ralf Paulsen. Para a versão italiana, ainda consta a inclusão da canção
“Non Sparare sul cantante”, por Giulia de Mutiis.
-Distribuido nos cinemas originalmente pela Royal Filmes,
em AgfaColor/Ultrascope. Não foi lançado
em VHS ou DVD e nem exibido na TV.
-Mapa mostrando a localização de grande fortuna em ouro,
pertencente aos índios, provoca tensão na pequena cidade de Marble City, no
Arkansas, com a chegada de caravanas de garimpeiros e de um empresário sem
escrupúlos que quer a todo custo a
localização do rico filão.