domingo, 11 de setembro de 2022

 XERIFES DE ARAQUE


(A Dollar of Fear/Un Dollaro di fifa/Dos valientes a la fuerza)
Italia, 1960 90min (93 min em algumas fontes)
Direção: Giorgio Simonelli
Musica: Gianni Ferrio
Com: Ugo Tognazzi, Walter Chiari, Dominique Boschero, Mario Carotenuto, Leonora Ruffo, Aroldo Tieri, Hélene Chanel, Mimmo Poli, Nando Angelini, Arturo Dominici, Ignazio Balsamo, Bruno Pagliari, Renzo Palmer, Giorgio Cerioni, Nino Musco, Giorgio Zuccaro, Gina Mascetti, Manlio Salvatori, Renato Mambor, Giovanni Vari
-Na trilha sonora a canção "Oh Cherie", por Claudio Villa.
-Lançado no Brasil em Dezembro de 1961, em São Paulo (no Rio foi exibido em 1962), pela distribuidora CIC, em Eastmancolor
-Western/Comédia, lançado no inicio dos anos 60, portanto, sem a estética dos spaghetti-westerns realizados a partir da segunda metade dos anos 60.
-Alamo e Mike, são dois jogadores apalermados, que vão parar em Paradise City, cidade dominada por jogadores e bandoleiros. Acabam se metendo numa enorme encrenca, quando são levados a serem xerifes da cidade.

domingo, 12 de junho de 2022

 OS BRAVOS DE CANYON CITY


(Two Against All/Due contro tutti/Terrible Sheriff/El sheriff terrible)
Itália/Espanha, 1962 89 min
Direção:Alberto De Martino e Antonio Momplet
Musica: Manuel Parada(Versão Espanhola), Franco Pisano, Gianni Ferrio(Versão Italiana)
Com: Walter Chiari, Licia Calderón, María Silva, Raimondo Vianello, José Calvo, Félix Fernández, Antonio Molino Rojo, Xan das Bolas, Miguel Del Castillo (Miguel Ángel Castillo), Aroldo Tieri, Mac Ronay, Antonio Vico, Emilio Rodríguez, José Calvo (Rafael Luis Calvo), Alfonso Rojas, Fernando Hilbeck, Antonio Padilla, Maruja Tamayo, José Riesgo, José Villasante, Pedro Fenollar, Ángela Pla, Venancio Muro, Claude Marshal (Claude Marchant), Bruno Scipioni, Juan Cazalilla, María Pinar, Belinda Corel, Jose Luis Galicia
Story: Mario Guerra, Alberto de Martino
-Na trilha sonora as canções, "Era un Bullivan" e "Cotton Twist".
-Filme lançado em Julho de 1971, nos cinemas brasileiros, com distribuição da Paris Filmes, em Eastmancolor. Lançado aqui com o mesmo titulo usado em Portugal.
-Na ficha técnica alguns nomes, que posteriormente se destacarariam no cenário cinematográfico europeu. No roteiro, Ettore Scolla, futuro diretor de filmes como NÓS QUE NOS AMAVAMOS TANTO(1974) e O BAILE(1985), entre muitos outros e como diretor assistente, Rafael Romero Marchent, viria a ser um nome de destaque entre os realizadores do euro western, com filmes como MÃOS DE PISTOLEIROS(1965), GARRINGO(1969) e QUANDO O BRAVO EMPUNHOU O COLT(1970).
-Dois irmãos, Bull e Jonathan Bullivan, testemunham o assassinato do bandido Black Boy que estava aterrorizando Golden City.

segunda-feira, 30 de março de 2020

30 WINCHESTER PARA EL DIABLO


Lançado em 1965, 30 WINCHESTER PARA EL DIABLO,  é nitidamente influenciado pela estética do western americano, mas não deixa de ter um que do Spaghetti Western que Sergio Leone estilizara  um ano antes em POR UM PUNHADO DE DOLÁRES. O roteiro tem vários clichês comuns aos faroestes americanos feitos, principalmente, nos 50;  Nos temos na história, bem definidos mocinhos e bandidos (isso nunca acontece nos westerns a La Leone), nos temos aquele companheiro meio abobado do mocinho (tão comum no faroeste americano) e também aquele final romântico, inexistente no SW. Aquele bandidão mexicano, El Diablo,  já nos remete ao SW, bem como a violência típica do gênero. Outro ponto em comum ao SW, é a utilização de pseudônimos, para esconder os nomes latinizados dos atores. Aqui temos muitos. Enfim, nem para o bem, nem para o mal, simplório como  tantos westerns feitos nessa época, feito para divertir os fãs.


30 WINCHESTER PARA EL DIABLO
(30 Winchesters for El Diablo / Gold Train / 30 Winchester für den Teufel  /30 Winchester für El Diabolo / 30 Winchesters para El Diablo)
Italia/1965, 95min
Musica: Ghant (Marcello Gigante)
Direção: Frank G. Carrol (Gianfranco Baldanello)
Com: Carl Möhner , Topsy Collins (Alessandra Panaro), John Heston (Ivano Staccioli), Jose Torres, Mila Stanic , Antony Garof, Gay Gallwey (Renato Chiantoni), William Burke (Attilio Dottesio), Max Darnell(Mario Dardanelli),  William Spoletin (Guglielmo Spoletini), Richard Beery, Jean Mean, Gaetano Scala, Franco Gula, Gilberto Galimberti, Aysanoa Runachagua, Omero Capanna, Anthony Caruso
-Esse foi o primeiro trabalho como diretor de Gianfranco Baldanello, que aqui usou o pseudônimo de Frank G. Carrol; Ele ainda dirigiria outros westerns: JOHNNY RINGO-O CAÇADOR DE FORAS-DA-LEI(1966), ESTE HOMEM NÃO DEVE MORRER(1968), JACK-O NEGRO (1968) e UM REVÓLVER NA MÃO DO DIABO(1973).
-Originariamente lançado nos cinemas pela Famafilmes, em Techniscope/Eastmancolor; Foi exibido na TV brasileira como o titulo UMA WINCHESTER PARA ELDIABLO. Outro titulo, UMA WINCHESTER PARA O DEMÔNIO, que aparece no IMDB, provavelmente foi usado para exibição na TV a cabo.
-A cidade de Canyon City é aterrorizada pelo pelo bando de EL Diablo, que rouba gado e diligências. Mas o que poucos sabem é que ele tem cumplices dentro da própria cidade. É, então, que chega a cidade o forasteiro Jeff Weston, que passa ajudar o xerife local a fazer frente a esse terrível bandido.  
-Além de Baldanello, os dois outros roteiristas foram Peter White(Adriano Micantoni) e Al Bradley(Alfonso Brescia). White esteve como ator, entre outros,  em westerns como JOHNNY WEST-O CANHOTO(1965), 20.000 DOLÁRES PARA GRINGO(1967)  e Bradley, dirigiu westerns como O COLT É MINHA LEI(1965), KILLER CALIBRE 32(1967) e vários outros.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

O VINGADOR DO ARKANSAS, Um Chucrute Western


Sauerktraut Westerns ou Westerns Chucrute era como críticos e jornalistas, pejorativamente,  chamavam os faroestes vindos da Alemanha.  Na época ainda existiam duas Alemanhas; E  esses faroestes eram realizados com  produção majoritária da Alemanha Ocidental.  A Alemanha Oriental se destacou também no gênero, com os faroestes produzidos pela estatal DECA, mas essa é outra história. O termo spaguetti western, que hoje se usa  com tanto carinho para indicar aqueles westerns vindos da Itália, na época também tinha um tom pejorativo imposto por jornalistas e críticos que abominavam o gênero. Na sua maioria feitos na primeira metade dos anos 60, o western alemão buscava mais se alinhar ao padrão americano. O exemplo mais conhecido destes filmes é a série do índio Winnetou, baseada nos livros de Karl May  e que fez sucesso no mundo todo. Foi, com certeza, com esses filmes, que Alemanha descobriu seu potencial para esse tipo de produção. As características desses filmes primavam principalmente pela alta qualidade de produção; Todos feitos em cores deslumbrantes, em cinemascope e com ares de superprodução, sempre com centenas de figurantes, câmera aberta para os magníficos cenários ( na sua maioria realizadas em países do leste europeu) e, apesar de um elenco regular,  em quase todos esses filmes tinha a presença de um ator  vindo de Hollywood. Não é o caso deste O VINGADOR DE ARKANSAS, mas as outras características estão presentes, fazendo deste um legitimo representante dos westerns chucrute, apesar de que,  como a maioria destes filmes,  tem parceria de outros países na produção. Realizado em 1964, portanto antes de Sergio Leone, mudar totalmente o cenário do western europeu, O VINGADOR DE ARKANSAS busca mostrar a conquista do oeste através de longas  caravanas cruzando as planícies, grandes ataques indígenas e a corrida do ouro, todos temas sempre presentes nos faroestes americanos. Infelizmente as versões que chegam até nós vem de downloads na internet e nunca podemos ter certeza da integridade e originalidade do que estamos vendo. Consta a existência de uma versão original com 105 minutos, lançada na Alemanha, mas a mais difundida tem 98 minutos e foi a que chegou ao mercado americano; É também a versão que apareceu disponibilizada para download em alguns sites brasileiros.

Alguns westerns produzidos na primeira metade dos anos 60, que traziam as características dos westerns feitos na Alemanha
Alguns exemplos de westerns “chucrute” dessa época; Existem muitos outros, isso sem citar todos os exemplares da série do índio Winnetou, baseada nos livros de Karl May:
A AGUIA NEGRA DE SANTA FÉ (Die Scwarzen Adler Von Santa Fé/1965)
A VINGANÇA DOS MOICANOS (Der Letzte Mohikaner/1965)
PYRAMID OF THE SUN GOD (Die Pyramide des Sonnengottes/1965) Inédito nos cinemas brasileiros
TREASURE OF AZTECS (Der Schatz der Azteken/1966) Inéditos nos cinemas brasileiros.
SETE HORAS DE FOGO (Die Letzte Kugel traf den Besten/1965)


O VINGADOR DE ARKANSAS
(Die Goldsucher von Arkansas / Alla conquista dell'Arkansas / Les Chercheurs d'or de l'Arkansas / Conquerors of Arkansas / Massacre at Marble City / Sangre en la pradera )
Alemanha/Italia/França, 1964 98 min
Direção: Paul Martin e  Alberto Cardone
Musica: Francesco De Masi (Versão Italiana) / Heinz Gietz (Versão Alemã)
Com: Brad Harris, Mario Adorf, Horst Frank, Dorothee Parker, Olga Schoberová, Dieter Borsche, Ralf Wolter, Thomas Alder, Serge Marquand, Marianne Hoppe, Philippe Lemaire, Joseph Egger, Fulvia Franco, Anthony Steel, Voyo Goric, Jan Diviš, Jaroslav Rozsíval, Jiří Holý
-Baseado no livro Die Regulatoren von Arkansas” de Friedrich Gerstäck.
-Filmado na antiga Tchecoslovaquia(hoje a Republica Tcheca) e na Iugoslávia.
 -Na trilha sonora a canção,  “Viel Gold und keine Freunde” por Ralf Paulsen. Para a versão italiana, ainda consta a inclusão da canção “Non Sparare sul cantante”, por Giulia de Mutiis.
-Distribuido nos cinemas originalmente pela Royal Filmes, em AgfaColor/Ultrascope. Não foi  lançado em VHS ou DVD e nem exibido na TV.
-Mapa mostrando a localização de grande fortuna em ouro, pertencente aos índios, provoca tensão na pequena cidade de Marble City, no Arkansas, com a chegada de caravanas de garimpeiros e de um empresário sem escrupúlos  que quer a todo custo a localização do rico filão.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

DJANGO DESAFIA SARTANA

 
DJANGO DESAFIA SARTANA
(Django sfida Sartana / Django Against Sartana  / Django Challenges Sartana / Django Defies Sartana/ E gran desafio de Django y Sartana/Django desafia a Sartana / Django défie Sartana)
Italia, 1970 97min
Direção & Roteiro: William Redford(Pasquale Squitieri)
Musica: Piero Umiliani
Com:George Ardisson, Tony Kendall , José Torres, Rick Boyd(Federico Boido), Tania Alvarado, John Alvar, Bernard Faber,  Adler Gray, Rick Boyd (Federico Boido), Salvatore Billa, Fulvio Mingozzi, Augosto Pesarini, Mirella Pamphili, Claudio Trionfi, Doro Corra, Fortunato Arena, Pasquale Squitieri, Freddy Unger
-Apresentação original nos cinemas pela Condor Filmes, em Eastmancolor.
-Após o linchamento de seu irmão, acusado de roubar bancos, Django acha que  Sartana é  o culpado, mas  ao descobrirem  o verdadeiro culpado  se unem para lutar contra ele.
-Na trilha sonora a canção, "They Called Him Django" por John Balfour; Essa canção havia sido usada anteriormente no filme O FILHO DE DJANGO(1968).
-Lançado em VHS pela Reserva Especial, com o titulo DJANGO X SARTANA. Em DVD, saiu pela Flashstar, com titulo original dos cinemas. A observar que o filme DJANGO E SARTANA ATÉ O ULTIMO SANGUE(Django e Sartana...All’ultimo Sangue/1970), foi lançado em VHS pela Reserva Especial( e depois em DVD, pela New Way Filmes) com o titulo DJANGO DESAFIA SARTANA; Atenção prá evitar  essa confusão, mesmo porque os dois personagens também estão, ainda em outro filme, DJANGO E SARTANA NO DIADA VINGANÇA (Arrivano Django e Sartana...é la fine/1970).

quarta-feira, 15 de maio de 2019

POUCOS DOLÁRES PARA DJANGO


 
POUCOS DOLÁRES PARA DJANGO
(Pochi dollari per Django / A Bullet for You / Alambradas de violência / A Few Dollars for Django / Some Dollars for Django / Drango/ Django kennt kein Erbarmen / Quelques dollars pour Django / Bravo Django / E venne un gringo)
Italia/ Espanha, 1966 85 min (87 min)
Direção:Leon Klimovsky e Enzo G. Castellari
Musica: Carlo Savina
Com: Anthony Steffen (Antonio De Teffè), Gloria Osuna,  Frank Wolff, Thomas Moore (Enio Girolami), Joe Kamel (Giuseppe Frisaldi), José Luis Lluch,  Tomás Zalde( José Luis Zalde), Alfonso Rojas, Angel Ter, Sandalio Hernández, Enzo Castellari, Alfonso de la Veja, Joaquin Parra, Ángel Menéndez, Félix Fernández
-Apresentação original nos cinemas pela Famafilmes, em Technicolor/Techniscope.
-Na  trilha sonora a canção "There Will comes a morning", cantada por  Don Powell,  é uma das mais lembradas trilhas do western spaguetti.
-Caçador de Recompensas, que está em busca de um famoso criminoso e assaltante,  assume a identidade de xerife assassinado em cidade onde existe uma disputa sangrenta entre fazendeiros e criadores de gado. Ele acaba descobrindo que ele vive ali com sua filha e está envolvido na briga pelas terras da região.
-Lançado em VHS, pela Reserva Especial, com o titulo de cinema. Saiu fotoquadrinizado  na revista Ringo Nº 7(1971, Rio Gráfica Editora) com o titulo DISPUTA SANGRENTA.
-Foi a estréia não-oficial do diretor Enzo G.Castellari (Mate todos eles e volte só, Keoma). O argentino Klimovsky, assinou a direção apenas para o filme se beneficiar da lei espanhola, referente a impostos.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

OS 7 PISTOLEIROS


OS 7 PISTOLEIROS
(7 Magnifique pistole/ Seven Guns for Timothy / Seven Magnificent Guns / Siete pistolas para Timothy/ Sette magnifiche pistole/ Seven Magnificent Pistols / Sancho - Dich küsst der Tod / ...e Benson imparo' ad uccidere / Les sept colts du tonnerre)
Espanha/Italia, 1966 102 min(89min)  
Direção: Rod Gilbert(Romolo Guerrieri) 
Musica: Gino Peguri
Com :Sean Flynn , Evelyn Stewart (Ida Galli), Fernando Sancho, Daniel Martín, Spean Convery (Spartaco Conversi), Frank Oliveras, Poldo Bendandi, Rafael Albaicin, Tito Garcia, William Conroy, Francisco Gabarre, Antonio Almorós, Silvana Bacci, Ivan Bastia, Osvaldo Genazzani, Maruska Rossetti, Anita Todesco
-Apresentado nos cinemas brasileiros, pela Max Hirsh Filmes,  em Cinemascope/Technicolor. 
-Na trilha sonora a canção  "Cavalca cowboy" cantada por  Los Marcellos Feral. 
-Realizado a partir de história de Alfonso Balcazar, diretor de filmes como Clint, O Solitário e O Homem da Pistola de Ouro.
-Quadrilha de bandidos mexicanos, que dominam uma cidade da fronteira, assaltam uma mina e matam todos que trabalham ali. O jovem dono do local, incapacitado de lutar contra eles, envia um emissário para reunir grupo de pistoleiros que poderão fazer frente aos bandidos.


sábado, 16 de março de 2019

OS IRMÃOS SISTERS

Pode não parecer, mas esse é realmente um eurowestern. Somente o elenco é americano.  É uma produção toda realizada na Europa e por europeus. Confira só a lista de países envolvidos: Espanha, Romênia, Belgica, muito de França e um só pouquinho de EUA. Todo filmado na Europa, utilizando-se, principalmente, da Espanha para as filmagens em exteriores; Sendo que Almeria e Tabernas, regiões onde foram realizados tantos westerns ítalo-hispânicos, aparece com destaque na lista de locais de filmagens. Evidentemente, tem muito pouco da estilização daqueles velhos westerns, mas bebendo na fonte dos faroestes clássicos  é um filme com muita ação, cavalgadas, mortes e aquela ambivalência que permeava os “heróis” característicos dos  eurowesterns. Alías, talvez o estudo desses personagens tão diferentes entre si – e ao mesmo tempo, tão iquais – seja o ponto forte do filme e o que levou a ser exibido na mostra competitiva da 75ª edição da La Biennale Di Venezia, o que não é comum ao genêro western. E, ainda, recebeu prêmios significaticos como quatro Cesars(Fotografia, Direção, Cenografia e Som) e três Lumiere(Filme, Diretor e Fotografia), que são, na França, o equivalente ao Oscar.

A disparidade entre os anseios e desejos  de cada um dos irmãos é visível; Enquanto o mais velho Eli(John C. Reilly) é comedido,  tem crise de consciência e sonha pegar o dinheiro ganho e viver um futuro tranquilo, o mais jovem, Charlie(Joaquin Phoenix),  é irrequieto, insensível, baderneiro e seu sonho é assumir uma posição de poder, matando o seu chefe, o misterioso Comodoro(papel sem falas de Rutger Hauer). O que os une? A violência de sua trajetória; A partir da morte do pai, pelo que é sugerido, morto pelo próprio Charlie, se tornam assassinos profissionais e ambos, implácaveis, ciosos do que fazem. Sua missão é caçar Hermann Kermit Warm(Riz Ahmed), um explorador que tem uma formula química, que facilita a garimpagem do ouro. Se preciso os dois irmãos tem tortura-lo para faze-lo revelar a formula; No entanto, só Charlie sabe disso. O outro personagem de destaque é John Morris(Jake Gyllenhaal), um detetive que também trabalha para o Comodoro, mas acaba se aliando a Hermann. Interessante é que o que move o filme é a jornada dos personagens, de todos eles. Já o objetivo final acaba por se tornar secundário; Tanto que quando os personagens se encontram o filme perde um pouco o pique.

“The Sisters Brothers” foi baseado no livro do autor canadense Patrick DeWitt  e teve seus direitos para filmagem adquiridos por John C. Reilly em 2011. Reilly além de ator do filme é também um dos produtores, mas o roteiro foi feito pelo diretor Jacques Audiard - ao lado de Thomas Bidegain -  que tomou para si a ousadia de fazer um western de qualidade, com um alto orçamento (38 milhôes de dólares), numa época que não há muito interesse no genêro, tanto de produtores/distribuidores quanto de publico. O que, parece, se confirmou com a renda de apenas 7 milhões de dólares conseguida nos EUA. Mas o valor investido deve ser recuperado em exibições através do mundo, streaming, mídia física e venda para TVs. O titulo em inglês brinca com as palavras  - uma tradução literal seria Os Irmãos Irmãs – e a primeira idéia que passa é de uma grande comédia; Não é o caso. No entanto o filme tem lá seus momentos bem humorados, como  quando Eli descobre o que é uma escova de dentes ou quando se depara com uma instalação interna de sanitários em um hotel de São Francisco; Lembre se que a história se passa no Oregon de 1950. Ou mesmo quando dá uns murros em um defundo, em seu funeral,  prá se certificar que ele realmente está morto.

Enfim, um western dos bons e que vale realmente a pena ser visto.
 

 OS IRMÃOS SISTERS
(Les Frères Sisters / The Sisters Brothers / I fratelli Sisters )
França/Espanha/Romenia/Belgica/EUA, 2018
Direção:Jacques Audiard
Musica: Alexandre Desplat
Com: John C. Reilly,  Joaquin Phoenix,  Jake Gyllenhaal , Riz Ahmed, Rebecca Root, Allison Tolman, Rutger Hauer, Carol Kane, Patrice Cossonneau, Zac Abbott , David Gasman
-Lançado em Setembro/2018, na França e em Outurbro/2018, nos EUA, esteve anunciado para ser lançado nos cinemas brasileiros, mas foi cancelado.
-Primeiro filme em língua inglesa do diretor  Jacques Audiard, que já fez filmes como FERRUGEM E OSSO, DHEEPAN:O REFUGIO e DE TANTO BATER MEU CORAÇÃO PAROU.
-Totalmente filmado na Europa em lugares como  Calugareni e Bucharest( Romenia), Aragón, Navarra e Almería (Espanha) e  Gironde(França).
-Os Irmãos Sisters, são dois pistoleiros contratados para capturar um  explorador de ouro que desenvolveu uma maneira revolucionaria de garimpar. Nessa caçada, vários acontecimentos  transformam seus objetivos.
-Baseado no livro do autor canadense Patrick DeWitt , cujos direitos eram do ator John C. Reilly desde 2011, e ele, inclusive, aparece como co-produtor do filme.
- Exibido na mostra competitiva da 75ª edição da La Biennale Di Venezia e premiado na França com quatro Cesars(Fotografia, Direção, Cenografia e Som) e três Lumiere(Filme, Diretor e Fotografia). E na Trilha Sonora tem Alexandre Desplat, que já ganhou dois Oscars (A FORMA DA AGUA e O GRANDE HOTEL BUDAPESTE).
-Com  um orçamento de 38 milhões de dólares, rendeu inicialmente apenas 7 milhões de dólares.

segunda-feira, 4 de março de 2019

A QUADRILHA DE JAIDER

Este western nunca foi exibido, nem lançado no Brasil, até onde eu sei. Graças a colecionadores e a internet, hoje podemos assisti-lo, ainda bem. Bom, ainda bem em termos, não é? Assistindo-o, entendemos o porque deste ineditismo no Brasil;  Realizado em 1973, é um dos westerns daquela fase final dos westerns europeus e isso aparece em cada momento do filme. Enfadonho e confuso, tudo que transparece durante o filme é como nomes como Geraldine Chaplin, Eduardo Fajardo ou mesmo William Berger, se envolveram em um projeto como esse. Chaplin é Katie Elder, um nome lendário no oeste (lembram-se do ótimo OS FILHOS DE KATIE ELDER, 1965, direção de Henry Hathaway e estrelado por John Wayne e Dean Martin?) e William Berger é Doc Holliday(outro verdadeiro mito do oeste, personagem do famoso duelo do O.K.Corral, já registrado em dezenas de filmes), mas nenhum dos dois, nesse filme, tem alguma coisa a ver com a mitologia dos personagens, já contadas outras vezes. São apenas dois vigaristas que os produtores e roteiristas, acharam por bem, dar-lhes o nome destes personagens famosos. Na verdade, são só coadjuvantes na história de cinco bandidos, expulsos da Baviera alemã, depois de anos na prisão, e que imigram para a América, onde tentam continuar sua trajetória facínora; Depois de matar  meio que acidentalmente um índio (aí temos, o primeiro tiro do filme), acabam em um vilarejo perdido do oeste. Tudo sem muito nexo, se tornam desafeto do xerife local e de um homem poderoso que domina o lugar, mas ganham as graças do pistoleiro Doc Holliday, que os convence a assaltar o banco local, que por estranho que pareça, dado a pequenez do tal vilarejo, guarda uma fortuna e tem como guardas dois vigilantes mostrados como grandes pistoleiros, mas que são tombados nos primeiros disparos, momento que, aliás, nem é mostrado no filme. Faço aqui a ressalva: existe a possibilidade de que a versão que eu vi, possa ter sido remontada ou editada, não creio nisso; No entanto, consta que são 95 minutos na versão original e a versão disponível na internet, a que assisti,  tem 89 minutos. Voltando ao filme, é claro, que tudo é um plano de Holliday e Elder, que querem o dinheiro, se livrando dos rapazes. Estranho ver Holliday, assistindo a toda a ação do assalto, encostado em um carroça, sem mover-se...  Eles quasem conseguem seu intento, mas um dos rapazes chamado El Beato, tinha ficado fora do plano –não consegui entender porque- dá fim aos dois meliantes.

LA BANDA DE JAIDER ou VERFLUCHT DIES AMERIKA foi uma co-produção entre Espanha e Alemanha, filmada em Colmenar e Rascafria, em Madrid, Espanha e além de western pode ser visto como um relato sobre as agruras da imigração europeia para a  América no século 19, sem muito efeito porque se trata de bandidos. O filme foi lançado na Alemanha em 1973 e na Espanha só em 1975. O diretor alemão Volker Vogeler(1930-2015), ainda iria dirigir em 1975 o western EL VALLE DE LAS VIUDAS/VALLEY OF THE DANCING WIDOWS, também nunca exibido no Brasil.
 
 
A QUADRILHA DE JAIDER (Nome não oficial/Apenas uma tradução...)
(Verflucht, dies Amerika/ La banda de Jaider/ Jaider's Gang/ Yankee Dudler)
Alemanha/Espanha, 1973  95min
Direção:Volker Vogeler
Musica: Luis De Pablo
Com: William Berger, Geraldine Chaplin, Arthur Brauss, Francisco Algora, Sigi Graue, Joaquín Rodríguez, Fred Stillkrauth, Eduardo Fajardo, Roberto Font, Tito García, Luis Barboo, Angel Alvarez, Fernando Bilbao, Frank Braña, Xavier Larra, Kiti Manver, Fernando Sánchez Polack, Julián del Monte, Ketty de la Cámara, Alfonso de la Veja, Julio Monje, Antonio Padilla, Pardo, Kinoto, Dan van Husen, Alicia Sánchez
-Filme inédito no Brasil. Não foi exibido nos cinemas e TV  e nem lançado em VHS, DVDs ou outras mídias.
-Filmado em Colmenar Viejo e Rascafría, Madrid, Espanha.
-Expulsos da Europa, cinco meliantes vão parar em um pequeno vilarejo do oeste, onde encontram dois mitos do oeste, Doc Holliday e Katie Elder e são recrutados para um assalto milionário.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

REBELIÃO DOS BRUTOS

Até agora nesse meu blog sobre western europeus, não tinha postado nada sobre esse filme. Isso porque, pessoalmente, nunca considerei esse um western; No entanto, pela época em que foi feito, pelo elenco e equipe é inegável, a influencia da estética do spaghetti western nesse filme. Aproveitando que ele apareceu recentemente disponibilizado na Net, com boa qualidade, resolvi adiciona-lo ao blog. Mesmo porque tenho postado tantos outros filmes que tem menos de spaguetti western do que esse.

No final dos anos 60, o western feito na Italia e adjacências, enfrentava seus primeiros sinais de declínio e buscava novas opções. Tanto que ali surgia a veia cômica dos westerns, com Terence Hill e Bud Spencer e seus Trinitys, por exemplo.  Os chamados Zapata Westerns, também eram uma opção, que já vinha sendo experimentada a algum tempo. Esses eram westerns que retratavam, principalmente, a revolução mexicana e eram carregados de tons políticos, tão caros aos diretores italianos da época; Esses elementos estão em filmes como GRINGO(1966), QUANDO OS BRUTOS SE DEFRONTAM(1967), OS VIOLENTOS VÃO PARA O INFERNO(1968), TEPEPA(1968), UMA DUPLA DE MESTRES(1972) e muitos outros. E daí, surgiu a idéia da realização de um filme de cangaceiros. O cangaço brasileiro, que pode ser visto como uma rebelião contra o poder dos coronéis e governantes da época,  se tornou conhecido no mundo graças ao grande sucesso de O CANGACEIRO(1953), realizado pela Vera Cruz, mas distribuído internacionalmente em mais de 80 paises, pela Columbia Pictures; E ainda hoje é considerado o filme brasileiro de maior sucesso internacional de todos os tempos. Glauber Rocha, que já estava entre os mais cultuados, internacionalmente,  diretores brasileiros de então, também deu sua contribuição ao tema em DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL(1964) e O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO(1969), dando ênfase a ideia de critica politica ao cangaço.

Assim surgiu REBELIÃO DOS BRUTOS,  um verdadeiro filme de cangaceiros “a italiana”.  Com o mérito de ter se valido de filmagens em locações brasileiras, precisamente em Salvador, Bahia, não se usou no filme nem técnicos, nem elenco nacional, a exceção de Mario Gusmão(1928-1996), um ator baiano, que esteve em vários filmes de Glauber Rocha e,  também, uma improvável e fulgida ponta de Baby Consuelo, como a ajudante do velho eremita. As filmagens foram em 1969 e o filme foi lançado em 1970. No Brasil, apenas em 1973. É claro que a critica torceu o nariz na época, aliás como fazia com todos os westerns europeus, mas hoje é possível ver que o filme tem boa qualidade, tanto técnica,  como cênica e artística , além do que preserva, de certa maneira, os nossos mitos do cangaço nordestino. Merece, com certeza, uma revisão.


REBELIÃO DOS BRUTOS
(O' Cangaceiro /The Magnificent Bandits/ Viva Cangaceiro/ Le Cangaçeiro/ Cangaceiro – Gerillabanditen/ O Lampião)
Italia/Espanha, 1969  102 min
Direção: Giovanni Fago
Musica: Riz Ortolani
Argumento: Tomas Millian, Antonio Troiso e Giovanni Fago
Roteiro: Bernadino Zapponi e  José Luis Jerez
Fotografia: Alejandro Ullo
Produtor: Salvatore Alabiso
Elenco: Tomas Milian , Ugo Pagliai , Eduardo Fajardo, Howard Ross (Renato Rossini), Leo Anchóriz, Jesús Guzmán, Alfredo Santacruz, Claudio Scarchilli, Quinto Gambi , Aldo Gasparri, Mário Gusmão, Goffredo Unger, José Carlos, Bernadete Dinora de Carvalho , Irio Fantini, Bob Leo, M. De Moura
-O Diretor Giovanni Fago, já havia dirigido dois westerns, ambos de 1968,  MAIS UM PARA O INFERNO(Uno di più all'inferno)  e  PISTOLEIROS EM CONFLITO(Per 100.000 dollari t'ammazzo), neste ultimo usando o pseudônimo de Sidney Lean.
-Na trilha sonora composta por Riz Ortolani, estão as canções “Mulher Rendeira”, que está em praticamente todo o filme sobre cangaço (algumas fontes a dão como composta pelo próprio Lampião) e “Vou Caminhando”, cantada por Tomas Milian.
-Filmado no Brasil, principalmente em Salvador.
-Pacato sobrevivente de um massacre é convencido por um místico ermitão, que ele tem uma missão redentora. A partir daí, acompanhado por um grupo de rebeldes, ele sai pelas áridas terras nordestinas, cumprindo sua missão justiceira. Até que tem de enfrentar um poderoso e ambicioso governante local.
-Lançado no Brasil em 1973, pela Famafilmes. Não tenho conhecimento do lançamento desse filme em home vídeo no Brasil.

domingo, 23 de dezembro de 2018

DESENTERRANDO SAD HILL


Passados mais de 50 anos, as locações onde foram rodadas cenas do clássico spaguetti western TRÊS HOMENS EM CONFLITO(Il buono, il brutto, il cativo/1966), se perderam e foram tomadas pela recomposição do solo e pelo crescimento da vegetação nativa daquelas regiões da Espanha, onde o filme foi feito. No You Tube, pode-se assistir um pequeno documentário ( https://www.youtube.com/watch?v=yjDBUL_zhqs ) muito bem feito, que mostra como estão, hoje todos esses lugares que foram usados como locações. Mas o que poderia acontecer se um grupo de fãs, resolvessem desencavar, no seu local original,  um dos principais cenários usados no filme? Bem, isso aconteceu e está registrado no ótimo documentário  DESENTERRANDO SAD HILL(Sad Hill Unearthed/2017). Uma produção espanhola, dirigida por Guillermo de Oliveira, que relata toda a epopeia de um grupo de amigos e fãs do filme, que localizaram e resolveram, desenterrar e recriar, o cemitério onde se desenrola a cena final, a cena do duelo triplo, em  TRÊS HOMENS EM CONFLITO.

O grande publico mundial conhece parte da cena, não só pelo filme, mas também a partir do uso dela pelo grupo de rock Metallica, na abertura de seus shows, com a cena em que Eli “o feio” Wallach, corre entre os milhares de túmulos do local, em busca daquele que em que está enterrado um tesouro, ao som de “Ecstasy of Gold”, que faz parte da trilha sonora composta por Ennio Morricone...  Não atoa, James Hetfield, vocalista e líder do famoso grupo de rock, foi um dos grandes incentivadores do projeto e aparece em vários depoimentos ao longo do documentário. Não só ele, mas o diretor Joe Dante, o compositor Ennio Morricone, o editor de TRÊS HOMENS EM CONFITO, Eugenio Alabiso, e até Clint  “o bom” Eastwood, aparecem dando os seus depoimentos sobre essa cena final do filme e também sobre o projeto desses jovens visionários espanhóis.
 

Pois bem, o que acontece é que esse grupo de jovens estudantes e fãs espanhóis  do filme, localizaram em Mirandilla Valley, Burgos, Espanha, as locações do cenário construído para a realização da cena do final, o cemitério de Sad Hill, com sua área central em circunferência , cercada por cinco mil cruzes. O cenário ainda estava lá, mas enterrado por cerca de 20 cm de terra e vegetação. David Alba, Diego Montero, Joseba Del Valle e Sergio Garcia, fundadores da Sad Hill Cultural Association, se propuseram então, com o propósito de comemorar  o 50º aniversário do filme, a desenterrar  e a reconstruir todo o cenário original. Um grande propósito, mas laborioso. De inicio só eles tocaram o trabalho, mas através das redes sociais convocaram os fãs do filme e tiveram uma ótima resposta; A cada final de semana, voluntários de várias partes da Europa, se propuseram a ajuda-los. Uma coisa linda. “....A necessidade de fazer parte de algo eterno.”- como diz o diretor Joe Dante em seu depoimento .

Todo esse trabalho se prolongou por dois anos e culminou com a reunião comemorativa dos 50 anos do filme e de todo o trabalho de restauração do cenário. Tudo devidamente registrado  nesse magnífico documentário. Emocionante, em vários momentos, um balsamo para todos nós, fãs do spaguetti western!

“Tem que ser a natureza humana, sabe, você é atraído por um motivo. Algo que impactou sua vida. E a jornada até esse lugar é quase tão importante quanto chegar lá. Apenas o fato de você estar em uma missão para fazer algo...” – James Hetfield

Distribuido internacionalmente em streaming, via Netflix. Deve estar disponível na programação do canal.

DESENTERRANDO SAD HILL
Sad Hill Unearthed
Espanha, 2017 86min
Direção: Guillermo Fernandez de Oliveira
Musica: Zeltia Montes
Depoimentos e presenças: Peter Frayling, Ennio Morricone, Clint Eastwood, Eugenio Alabiso, James Hetflied, Joe Dante, Sergio Leone (fotos de arquivo), Álex de la Iglesia,  Sergio Salvati, Joseba del Valle, David Alba Romero, Sergio García Hernández, Diego Montero,  Stephen Leigh,  
Daniel Jeffery, Carlo Leva
Produção:Companies: Zapruder Pictures , Netflix